A ADPP, membro do consórcio implementador do Projeto Futuro Azul, liderado pela WCS e co-financiado pelo Blue Action Fund, Oceans 5 e MACP, participou na 3ª Conferência e Exposição da Biodiversidade Marinha, organizada pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (Biofund) e realizada nos dias 3 e 4 de setembro na cidade da Beira.
A sessão de abertura foi presidida pelo Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, que reafirmou o compromisso do Governo com a conservação da biodiversidade e a gestão sustentável dos recursos naturais, sublinhando que Moçambique é uma verdadeira nação oceânica. O Chefe de Estado destacou ainda a economia azul como motor de crescimento inclusivo, sobretudo para jovens e mulheres, e recordou a meta global do país de ter 30% das suas áreas costeiras legalmente estabelecidas como Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) até 2030, compromisso assumido no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica.
No seu discurso, o Presidente realçou também o simbolismo da cidade da Beira e do Parque do Chiveve como exemplo concreto de como soluções baseadas na natureza podem reduzir riscos climáticos, proteger vidas e impulsionar a economia local.
Em paralelo ao evento, decorreu uma exposição de diferentes organizações que trabalham na área ambiental, na qual Sérgio Mate, Líder de Área dos Clubes de Modos de Vida do projeto, sublinhou a importância do envolvimento das comunidades no estabelecimento de fontes alternativas de subsistência, de modo a reduzir a pressão sobre os ecossistemas. “O nosso objetivo é apresentar os resultados alcançados nas actividades realizadas em conjunto com as comunidades.”
No stand estiveram expostas actividades dos Clubes de Modos de Vida, componente liderada pela ADPP, as quais evidenciam o crescente nível de consciência ambiental e o compromisso das comunidades no estabelecimento de Áreas Protegidas.“Estamos muito satisfeitos com o envolvimento das comunidades na proteção dos ecossistemas, principalmente na restauração de áreas devastadas pela acção humana. Mais do que nunca, vemos um despertar das comunidades para a necessidade de serem parte ativa no processo de transformação dos modos de vida”, afirmou.
A exposição despertou grande interesse dos visitantes ao demonstrar como a comunidade desempenha um papel importante no projeto e, consequentemente, atraiu a atenção de diferentes públicos, desde dirigentes governamentais, parceiros de cooperação, representantes do sector privado, cientistas, estudantes, organizações da sociedade civil, membros das comunidades e parceiros do consórcio. O espaço tornou-se um verdadeiro ponto de encontro para debate e partilha de soluções urgentes para a conservação marinha e costeira de Moçambique.
O evento encerrou com o anúncio de que a 4ª edição da Conferência da Biodiversidade Marinha terá lugar na província de Inhambane, reforçando a continuidade desta importante plataforma multidisciplinar de reflexão e troca de experiências sobre a conservação da extensa orla marítima moçambicana.