A ADPP está a participar no VII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa (CPLP) e Galiza, que decorre na cidade de Maputo, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, de 4 a 7 de Julho sob o lema: “Educação Ambiental, a chave para a sustentabilidade”.
A sessão de abertura contou com as intervenções do Presidente da República, Filipe Nhusi, da Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, do Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, do Secretário do Estado da cidade de Maputo, Vicente Joaquim, e do Presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), Joaquim Ramos Pinto.
Na sua intervenção, o Presidente da República recordou que o impacto das mudanças climáticas, resultante do aquecimento global, devido à emissão de gases de carbono, constitui principal factor da ocorrência cíclica de desastres naturais que afectam mais os países que menos poluem, como os da CPLP e Galiza. E ao mesmo tempo, o chefe do estado, lançou crítica aos países mais industrializados pelo incumprimento dos acordos ambientais.
“O incumprimento dos acordos alcançados sobre mudanças climáticas, principalmente pelos países industrializados, compromete o desenvolvimento sustentável e gera preocupação, a medir pelos crescentes impactos negativos dos eventos extremos” – alertou.
Por esta e outras razões, Filipe Nhusi, chamou atenção para que a educação ambiental não deve ser vista como assunto direccionado aos países pobres, deve envolver, sobretudo, os mais poluentes de forma a cumprirem o Cop21, realizado em Paris, em 2015.
Por sua vez, o Secretário Executivo da CPLP reconheceu a importância que Moçambique atribui ao desafio da preservação e restauro do planeta, a medir pelos esforços que as organizações tem empreendido para manter uma sociedade civil mais informada e participativa na protecção do ambiente.
A ADPP, como parte da solução aos desafios impostos pela crise climática, partilhou a sua experiência no campo da educação ambiental através das acções que têm levado à cabo junto às comunidades que beneficiam dos seus projectos integrados na área do ambiente.
Por exemplo, no distrito de Namaacha, o projecto denominado “Fogões Ecológicos de Changalane para Mulheres” implementado em colaboração com Mozambique Renewables e com financiamento da ExxonMobil Limited, efectuou a formação de um clube de agricultores composto por 130 mulheres para a utilização dos fogões ecológicos, em substituição dos fogões vegetais para a redução das emissões de fumo e CO2.
Igualmente, como parte do contributo da ADPP no campo da educação ambiental, o Instituto Superior de Educação e Tecnologia oferece cursos de licenciatura em Educação para o ambiente como forma de proporcionar aos jovens moçambicanos ferramentas importantes na sua interacção com as comunidade em defesa da protecção e utilização sustentável dos recursos existentes na natureza.
Na província de Nampula, o projecto denominado “Futuro Azul” liderado por WCS e co-financiado pelo Blue Action Fund, Oceans 5 e MACP, trabalha com as comunidades dos distritos de Mossuril e Memba na sensibilização ambiental sobre a importância dos mangais para o ecossistema, para que no final efectuem o plantio de 1 milhão de mangais numa extensão de 1000km2 ao longo da costa.
Referir que a Comissão Organizadora do congresso elegeu o projecto de fogões limpos e o ISET-One World como locais preferenciais onde os delegados possam visitarem e interagirem com os estudantes do curso de Educação Ambiental e a comunidade de Changalane para medirem o nível de sustentabilidade ambiental que o uso trás na vida das mesmas comunidades.